domingo, 1 de março de 2009

Feliz Ano Novo!

Primeiramente desejo a todos um feliz 2009. Dois mil e nove! Isso é realmente muito tempo. E o mais impressionante disso tudo não é que não estamos andando em carros voadores ou usando trajes prateados (bem, fetiches sexuais não contam), o mais impressionante de tudo isso para mim é que o Faustão ainda continua na TV. Feio, gordo e impertinente...

Mas cá estou eu novamente a escrever notícias. Mais especificamente para escrever como foi meu final de ano, apesar de achar que já esqueci boa parte dos detalhes, visto que já fazem 2 meses. E visto que faz uma cara desde meu último email, tenham paciência para ler pra caralho.

Pelo que me contaram e pelas fotos que eu vi, creio que o fim de ano e o carnaval de vocês foi excelente. Não imaginam a saudade que dá de ver as fotos de vocês na praia, curtindo um solzão. Aliás saudade não é a única coisa que desperta-me ao ver as fotos de vocês, mas também pensamentos obscuros que habitam minha mente. Ultimamente eu tenho encarado as câmeras fotográficas como algo mágico. Elas exercem um fenômeno sobre os seres humanos que vale a pena refletir. Note que há qualquer momento que você apontar uma câmera fotográfica na direção de três ou mais pessoas, algo sinistro começa a acontecer. Instantaneamente o grupo de pessoas na direção das objetivas começa a se espremer dentro de um quadrado imaginário. Inclinando-se , contorcendo-se e abraçando-se, tal qual paredes de concreto estivessem se fechando em direção ao centro da foto. Um cientista suporia a existência de campo gravitacional, pois impressionantemente tão logo que mira-se a máquina fotográfica, pessoas que encontravam-se a metros de distância interrompem seja lá o que estivessem fazendo e tentam também caber no quadrado. O resultado tradicional é um amontoado de gente inclinada em direção ao centro, todos sorrindo sem motivo aparente e é claro, não poderia deixar de mencionar o último imbecil, o mais atrasado de todos, que aparece na foto completamente na horizontal. O último esforço de ser capturado pela máquina que expõe o filme (sic) por preciosos milésimos de segundos. Não importa o quão imbecil se apareça, o importante é caber no quadrado!

Outra coisa curiosa são os gestos. Alguma daquelas pessoas muito importantes para humanidade e que dedicam-se ao estudo de nobres assuntos como etiqueta ou moda, do naipe de Glória Kalil ou Clodovil Hernandez, poderia dedicar-se à escrita de um livro sobre gestos em fotos. Pois eu não faço idéia do gesto correto e isso me atormenta! Mal tenho dormido. O que sei é que às garotas caem muito bem os biquinhos, as linguinhas ou o V de vitória, que para o Ash do pokemon significa „Catch them all!“. Já aos mancebos fica bem fazer um hang loose, variando na direção, na rotação e na inclinação, é claro. Se você é do capeta e escuta heavy metal você pode fazer os chifrinhos, caso contrário você não está autorizado. A galera da academia já pode cruzar os braços e olhar feio. No entanto eu prefiro o bom e velho jóia. Mãos fechadas e polegar pro alto. É alegre, clássico e jovial ao mesmo tempo que não tem idade. Todos podem fazê-lo sem medo de serem classicados. É o gesto dos gestos e não tem contra-indicação, exceto talvez em funerais. No fim das contas você olha suas fotos e pode descrevê-las mais ou menos assim:

  • Esse sou eu fazendo hang loose em frente às pirâmides. Aqui sou eu mano vida loca em frente ao Coliseu. Já essa sou eu fazendo jóinha no velório do vizinho...

Depois dessas observações inúteis vou contar alguma coisa...

Aviso: o autor não se responsabiliza pela eventual percepção e nega a existência de mensagens subliminares.

DUBLIN

Dia 24 de Dezembro toquei o bonde em direção a Dublin, capital da Irlanda. A razão de ir para lá foi para me meter em novas enrrascadas com meu amigo Andrezinho, digo Dekas (ou como diria sua esposa francesa: Ãndrrrrrê). Sim, para os que não conhecem é o mesmo do último email, aquele cidadão astuto, austero e ex-assexuado. Uma criança resultada de um coito interrompido mal sucedido. Logo após uma bela vista da Irlanda de dentro do aeroplano imergimos sobre uma neblina que cobria a charmosa cidade de Dublin. Neblina esta pouco densa em comparação à neblina que eu encontraria dentro de casa no dias seguintes. Como bom começo das roubadas, que não foram poucas, descubro que não há ninguém me esperando no aeroporto. Tiro do bolso um papel amassado com uma intenção de endereço escrita. Nele não pode-se saber o que o é rua, o que é cep, o que é apartamento e o que é bairro. Mesmo assim com a astúcia de Tin Tin e habilidade do Crocodilo Dundee, consegui me achar naquela selva de pedras e chegar ao flat. O filho da puta ficara dormindo e no momento que eu cheguei estava a vestir uma roupa ridícula que ele disse ser seu uniforme de trabalho. Calças de couro, botinas verdes e pontudas, camisa social, colete, cabelo lambido e bochechas maquiadas (ou naturalmente rosadas, ainda não sei). Após me encontrar, deu um beijo em (como ele costuma chamar) „mon amour“ e foi trabalhar. Eu, mais que cansado que o fígado do Guga, pus-me a dormir. Na casa viviam meu amigo Dekas, a francesa Solene, um outro casal de franceses e dois brasucas sangue-bons, Felipe e Thiago Bozo (o mesmo do último email). Mais tarde no mesmo dia fomos a casa de outros brasileiros comemorar o Natal. Ainda que Jesus não tenha sido citado nenhuma vez, Bob Marley foi mais de 25, ou quase uma onça eu diria. A ceia começou bem com um belo jantar preparado pelo Dekas, mas 20 minutos depois a rapaziada já começava a embriagar-se fortemente. A certo momento da festa chegaram nada menos que 10 mulheres juntas e ficamos lá, em 25 pessoas em uma sala de 10m² num natal que parecia ano novo. O resto dos outros dias me senti como se estivesse no Brasil. Foram porres e farras um atrás do outro. Aliás, este não foi o único motivo de me sentir como no Brasil, porque aquela cidade transpira brasileiros. É algo impressionante. Não sei se eu estava doidão, mas tenho a impressão de ter lido um FORA HAOLE em um dos muros de lá. Entretanto pelo que eu tenho percebido não é só lá que é cheio de brasileiros. Essa praga tá no mundo todo! É como diz o dito popular: Chuta uma moita e sai um brasileiro. Mas eu mudaria um pouco esse ditado dependendo do lugar:

  • Na Jamaica você fuma uma moita e sai um brasileiro.

  • Na Faixa de Gaza você chuta uma moita e sai um cadáver de um brasileiro.

  • Em Amsterdã você tá tão doidão que pensa tá chutando uma moita quando na verdade tá chutando um brasileiro.

  • No Rio de Janeiro o Guga chuta uma moita e se quebra inteiro. Na verdade ele faz isso em tudo que é lugar...

  • No Havaí você SURFA uma moita e saem 3 brasileiros. (menção calorosa a 3 amigos que foram ao Havaí surfar de morey bug e tentar perder a virgindade)

  • No Havaí você chuta uma moita pela segunda vez e aparece o Zé Fiapo desacordado.

  • No Havaí você chuta uma moita pela terceira vez e sai o seu Vidal dela falando: „Respeite seus limites! Dois chutes na moita estão de bom tamanho!“

  • Na Inglaterra você chuta uma moita e sai um brasileiro, pela mão errada da moita é claro.

  • Nos Estados Unidos você chuta o Moita e é preso. (trocadilho com 'bush' a palavra inglesa para moita).

  • No Suriname você chuta uma moita e nada acontece. Que diabos alguém vai fazer no Suriname?

  • Não há moitas no Alasca...

O resto do mundo deixo à cargo de vocês.

Ainda antes de finalizar o período em Dublin não poderia deixar de citar a presença do mano Bahia, que na única vez que apareceu, tal como em Amsterdam, trouxe consigo o caos e a desordem. Uma viagem ao mundo das poltronas e ao submundo do chão. Mas não tentem entender, nem eu consigo.

LONDRES

Dia 31 partimos para Londres. Eu, no entanto, fui em um vôo separado. Achei que não seria um problema já que nos dias de hoje temos celular. Mas eu estava errado, ao chegar lá, tento novamente ligar para esse merda do Dekas, mas mais uma vez ele ficou dormindo e achou que dois metros era muito esforço para pegar o telefone. Então baseado em informações vagas tive que me virar na megalópole inglesa. Finalmente após uma cara o Felipe me ligou e tudo foi só maravilha. Cheguei então à casa da Gisela e da Paula, duas brasileiras muito gente-boas que apesar de conhecer apenas o Felipe acolheram 5 pessoas em sua casa haha. Por algum motivo logo que cheguei, perto das 19 horas, começamos a beber. E não pararíamos mais até o ano seguinte. Fizemos um esquenta maquinado biritas de gente grande e cervejas que não dão caganeira. Depois preparamos uma provisão para a jornada com vodkas, cervejas, refrigerantes e metade da tabela periódica. Finalmente partimos para a night da virada. A night era a chamada de SQUAT, uma rave ilegal que acontece de tempos em tempos em Londres, em que os organizadores invadem um local, preparam todo o ambiente e avisam as pessoas por SMS do local apenas 2 horas antes da festa. Uma festa como essa não poderia ser ruim, e não foi. Após inúmeros metrôs e um trajeto de bicicleta chegamos ao local da festa. Um galpão todo estilizado e com um equipamento de som animal. Disseram ter 5 ambientes, porém eu percebi apenas 2, o banheiro e fora dele. Era difícil saber em qual acontecia mais bizarrices, era cada um mais alucinado que o outro. Logo na entrada, nosso amigo Felipe ao ser revistado travou o seguinte diálogo com o segurança:

  • Pode procurar aí cara, não tenho droga não.

  • Droga? Droga é bom. Droga tem que usar. Eu to procurando é faca.

  • Ah bom. Happy new year man!

  • Happy new year!

Uma das maiores atrações da festa era o balão que vendia no bar. Um elemento a mais na festa infantil. Pagava-se duas libras e ganhava-se um cinlindro de metal. Aí era só ir no bar e os caras botavam o cilindro numa máquina e um balão em um tipo de bico de chaleira e então o gás dentro do cilindro enchia o balão. Por algum motivo as pessoas aspiravam o gás contido no balão e caiam às gargalhadas. Tentaram me explicar que era igual ao lança perfume. Aquele mesmo que vossos pais usavam nos carnavais e que quando pressionados alegam:

  • Ah! mas no nosso tempo era uma brincadeira, a gente fazia porque tinha um cheiro gostosinho.

Sim! E a hoje as pessoas usam cocaína porque dá uma coceirinha divertida. Pouca coisa mudou.

Foi um dia também marcado por diálogos esquisitos com 50% das mulheres e tentativa de poesias mal feitas (nossa anfitriã que o diga) . Houve uma hora que fui falar com uma bem bonitinha. Falei em inglês e ela respondeu que não falava em inglês. Sem pestanejar falei:

  • E português fala?

Batata!

  • Aiiiii, português sim! Hihi.

Tinha que ser né, brasileiro é foda. sempre as mais bonitinhas não falam inglês.

Mas a festa foi irada. Volta e meia abraçava o Dekas e falava:

  • Cara, essa é a melhor festa da minha vida!

Mas isso era só desculpa. Eu fazia isso pra segurar ele, caso contrário ele ia sair voando que nem aquele padre. Para resumir a festa: lá estava eu, com a cerveja na mão, me sentindo um universitário, curtindo o doce momento e mandando bala.

No último dia que passamos em Londres resolvemos fazer algum turismo. Tivemos que ver tudo rapidão porque aquela cidade é gigantesca e é impossível de ver tudo em um dia. A certa hora eu, Felipe e Thiago nos separamos do Dekas e da Solene que haviam ido para casa afogar o ganso para a sopa do jantar. Combinamos de nos encontrar no aeroporto, porém nós 3 na ânsia de ver tudo que era possível, acabamos no alongando demais e no fim das contas perdemos o vôo. Dekas e Solene conseguiram pegar o vôo. Era o começo de uma longa jornada. Numa puta indignação resolvemos voltar para casa onde estávamos e comprar a passagem para o dia seguinte e apenas para a noite. Pelo menos poderíamos conhecer mais a cidade. Terrível engano. O site da Ryanair (para quem não conhece é uma empresa das mais nobres) não vendia passagem no dia. Já me acordaram falando:

  • Cara, corre! Temos 20 minutos para chegar na estação, para pegar um trem, para pegar um barco pra ir pra Dublin! E só tem esse barco!

  • Ahn?! Trem, barco? E o avião? Deixa eu dormir caralho.

  • O avião tá duzentas libras hoje e se você pegar o de amanhã você perde o vôo pra Alemanha.

Ao ouvir as palavras duzentas libras eu já estava na porta apressando todo mundo.

  • Vamo porra, seus lerdos do caralho!

Era muito foda chegar até essa estação nos 15 minutos que ainda tínhamos. Saímos da casa e pegamos o primeiro táxi que vimos. Falamos pro motorista ir o mais rápido que pudesse. O taxista até que tentou ajudar indo o trajeto todo na contra-mão, mas a velocidade não passou dos 40 km/h. Ao chegar na estação descobrimos que todos os trens estavam atrasados devido algum acidente e que na verdade tinha mais de um barco. Com sorte chegaríamos a tempo de pegar o barco das 17 horas.

PAÍS DOS GALOS

Após viajar umas 5 horas de trem pelo interior da Inglaterra chegamos à cidade de Holyhead, onde deveríamos pegar o barco para Dublin. Saímos do trem pra variar na correria, pois tínhamos 5 minutos pra pegar o barco das 17. Ao chegar uma bela surpresa, o barco das 17 tinha sido cancelado. Outro barco, só às 2:30 da manhã! Putos mais uma vez, resolvemos dar uma banda pela cidade. Em pleno sábado tudo fechou às 17:30. Perguntamos para uns locais se tinha algum lugar com internet e eles responderam:

  • A essa hora? Tá tudo fechado!

Que caraaaalho de cidade era aquela. Em meia hora andando por lá acho que vimos a cidade inteira. Felizmente ainda tinha um supermercado aberto. Compramos suprimentos para ficar bêbados até às 2:30 e assim o fizemos na estação. Certa hora andando pela cidade eu viro para Thiago e comento sobre uma placa:

  • Mermão!

  • Qualé?

  • Que porra de língua é essa? Isso não é inglês não!

  • Pode cre. Também não é gaélico. Não é alemão?

  • Cara, acho que tamo em País de Gales!

E foi então que nos demos contas que estávamos em Páis de Gales. Depois de tanta espera pelo barco e tanta correria veio a recompensa. Não era um barco, era um puta navio! Tipo aqueles transatlânticos da vida, com bar, restaurante e tudo mais. Ficamos de rei, tomamos mais umas geladas e capotamos. Ao chegar em Dublin novamente correria. Nos acordam falando que já estávamos na Irlanda. Olho pro relógio e percebo que tenho pouco tempo pra chegar ao aeroporto de Dublin e voltar pra Alemanha. No fim das contas cheguei a tempo e levei mais umas 8 horas de viagem até chegar aqui.

ALEMANHA

Depois de 2 dias inteiros viajando, e tendo dormido umas 10 horas em 4 dias chego em casa. Alemanha num frio do caralho e a paisagem branca de neve (neve mesmo, não a personagem). Nesses dias chegou a dar -21°C de madrugada. Frio do caralho, mas mesmo assim não me rendi ao cachecol. Aliás o cachecol é o artefato mais gay já criado e usado por um ser humano. Três tipos de pessoas usam cachecois: mulheres, velhos e viados. Enfim, voltei então à rotina até meu amigo Roberto aparecer por aqui. O Roberto (ou Robby) é um cara que estuda comigo e atualmente é um sem-teto pela Europa. Sua diversão é circular de casa em casa, destruindo-as durante a estadia, enquanto finge que procura um emprego. Para introduzi-los esse personagem, colo aqui o depoimento que escrevi para ele e que ele recusou. Fato que não entendi e deixou-me magoado:

O Roberto é um daqueles caras que tem diversos apelidos. Parceiro pra todas e nunca dispensa um bom entorpecente.

Na galera da cocaína é só ele chegar que o pessoal canta: Betoooo Carreiraaa 'tupish'! (barulho de chicote).

Na galera da agulha ele é conhecido como 'Betinho, o Hemofílico' devido à falta de habilidade com as veias.

Pelos amigos da cachaça é conhecido como Betinho Coca-Light.

Já na musculação é o Robomba. Aqui na Alemanha ele era Betrunken. No asfalto é o Robreque.

Na construção, pelos companheiros de trabalho, é chamado de Beto Betoneira.

Todavia o único apelido que ele aceita é na cama, onde ele prefere que o chamem simplesmente de Betty.

Enquanto ele esteve aqui fomos ao carnaval de Colônia, que é dito ser o maior da Europa. Para não me alongar descrevê-lo-ei em outro email, mas adianto que foi um dia cheio de acontecimentos envolvendo álcool, mulheres e brigas. Isso me lembra de uma outra confusão que quase acabou em briga. Por algum motivo umas 5 pessoas discutiam, quando um conhecido meu, envolvido na discussão, para dar uma assustada resolve quebrar uma garrafa no chão. Eis que um cidadão larga a pérola:

  • Ah não. Isso é demais. Eu vou chamar meu advogado!

Banga sou eu...

Por hora é suficiente. Colocarei esse texto também no meu cantinho virtual (porque falar meu blog é gay pra caralho) e comentários são bem-vindos.

Abraços,
Mano Brow

sábado, 6 de dezembro de 2008

A Mr. Dam

Preparem-se para ler um bocado!

Começo fazendo um esclarecimento com relação ao último email. Mesmo eu tendo dito no email para não levarem a sério, muita gente veio me perguntar se eu havia mesmo pegado uma italiana hahaha. O parágrafo foi apenas humorístico e não retrata a realidade. Fiquem tranquilos que eu não pretendo relatar minha vida sexual em tantos detalhes aqui. Aliás o mesmo vale para os comentários sobre a minha (gigantesca) genitália. Aproveito também este momento para fazer uma analogia entre pênis e telefones celulares.

Eu diria que o meu se encaixa na primeira geração de celulares, ou seja, duas funções, grande, feio, desconfortável e baterias de longa dEreção, digo duração. Tem também um relógio que não funciona muito bem, pois só marca dois horários: Meio dia e seis e meia...

Depois vieram os de segunda geração. As principais diferenças estão nas dimensões. São pequenos, finos, leves e cabem na palma da mão. Os menores, pode conferir, vêm do Japão. Prometem maravilhas mas muitas vezes não dão conta das funções básicas. A bateria também é uma lástima, acabando às vezes no meio da ligação, frustrando o outro lado da linha. Insatisfeitas algumas clientes exclamam "É duro viu!" ao que eu completaria "Nem tanto!".

E as analogias ficam por aqui. Me abstenho da tentativa de fazer comparações com celulares 3G. Tome como exemplo o GPS. Até o momento desconheço alguém que se localize em qualquer lugar do mundo utilizando o... a.. a PICA! Talvez Bear Grillys, do programa À prova de tudo, apareça algum dia falando coisas do tipo: "Venha! Olhe! Está vendo este pênis? É um legítimo pênis das florestas da Guatemala. Seus pêlos pubianos apontam sempre para o leste!". Esse seria o pênis com GPS (ou pelo menos bússola). O meu tem um anti-GPS, apelidado pelas mulheres de "perdição"...

Desde que saí de Floripa só parece ter acontecido tragédias hein. Ô zica! É fato que no dia que eu viajei estava escrito na minha sorte de hoje do orkut: Você viajará para muito longe. Enquanto que em todos outros estava escrito: Os céus mandarão chuvas de felicidade. Aliás deve ter sido cabuloso porque duas pessoas vieram falar comigo sobre o "flood" no Brasil. Aproveito aqui também para desejar uma boa recuperação pro parceiro Salim e pro parceiro James. Avaiano é tudo bandido mesmo hahah (brincadeira rapaziada, não quero ser baleado quando voltar). Aliás o Avaí ter subido pra série A é outra possível causa de tanta chuva. A terceira possibilidade e mais provável delas refere-se ao nosso amigo Batata estar encoleirado. Aproveito também para dizer que meu amigo Dengue, que não é mosquito mas adora uma chupada, fez um blog para eu postar esses mesmos emails que mando para vocês. Lá vocês podem fazer comentários se desejarem. O endereço é http://www.maxnaalemanha.blogspot.com. Valeu Dengue, continue sempre sendo esse campeão de Jesus que você é.

Descreverei agora minha viagem a Amsterdã. Como ainda desejo ser presidente um dia, alguns detalhes serão omitidos.

A PARTIDA

Acordo assustado, olho para o relógio e percebo que faltam 20 minutos para o trem sair. Até a estação de trem Schumacher levaria talvez 21 minutos. Me apresso o máximo que posso, subo na magrela e vôo para a estação. Consigo chegar a tempo, porém ainda preciso trancar a bicicleta. Boto a chave cadeado, giro e CLACK! A chave quebra dentro. Tarde demais para qualquer providência. Deixo a bicicleta ali mesmo, sem tranca e entro no trem. Quatro horas e vinte minutos depois eu chegava em Amsterdam. Na saída do trem alguns policiais olhavam atentamente a todos quando de repente um parou-me e falou algo parecido com:

- Frank-de-Boer-Kluivert-von-Dutch-van-der-sar?

Eu pedi-lhe para falar em inglês. Então deu-se o seguinte diálogo:

- Hey boy, do you have any drugs?

+ No!

- So take this weed. Have a nice trip!

E assim segui serelepe ao encontro do Dekas.

DEKAS, O FERA

Era domingo 11:30 da manhã e o cidadão já esperava-me impaciente na estação de trem. Caminho então em direção ao combinado local de espera e avisto de longe uma figura familiar. Alto, esguio, cabelos brancos, verde de frio, esperando escorado na parede e com uma cara de quem estava achando aquilo tudo um tééédzio! Ele vestia um pullover verde, calças curtas, meias longas e na cintura, pedurada à calça, uma machadinha. Os pés eram cobertos por um calçado normalmente utilizado por militares e a cabeça por uma boina vermelha. Ao me aproximar mais, percebo um sorriso em sua face ao mesmo tempo que sua cabeça dá uma leve balançada e seus olhos apontam para o teto. Neste momento exclamei em pensamento: "DEKAS! Ele ainda sobrevive!"

Após os tradicionais cumprimentos, logo perguntei-lhe que diabos era aquela machadinha. Ele me contou então que na Irlanda, terra de belas árvores, ele foi tomado por um sentimento maravilhoso e reviveu sua paixão de infância, i.e., colecionar gravetos. No assunto seguinte, que foi sobre luvas (e não me pergunte por que dois caras que não se vêem há um ano e meio falariam sobre luvas) ele demonstrou que continua uma biba ao perguntar-me se na Alemanha não temos pênis. Tentou em seguida desculpar-se falando que se escrevia Pennys, o que retruco agora dizendo que ele não passa de uma bybba. Mas ao menos preciso parabenizá-lo pois soube que ele anda comendo um francesinha. Prestando contas pelo telefone e os caralho. Após este primeiro contato com o fera, se daria a longa jornada de quase 3 horas pelo centro de Amsterdam, em um frio congelante, em busca do albergue. Os detalhes que nos levaram a demorar três horas para percorrer uma rota relativamente simples serão omitidos, pois sinto me acometido por uma AMnésia.

OS GAITAS

Ao chegar ao albergue, depois da longa jornada, deparo-me com dois outros brasileiros sentados na cama. Ambos com o olhar atento às moscas que eu com um olho menos acurado nunca consegui achar. Havia também uma caixa de cogumelos, provavelmente para fins culinários. À minha direita estava localizado Thiago Bozo, imitador do Sílvio Santos nas horas vagas e experiente guia nas ruas quebradas de Amsterdam. À minha esquerda estava o mano Bahia, que alternava entre momentos de quietude com isolados e excelentes comentários e momentos de fala continuada sem muito a acrescentar. Reunidos os quatro, demos um tempo e fomos conhecer os coffeeshops.

OS COFFEESHOPS

Coffeshops? Coffeeshops! Quer dizer entäo que eles vendem maconha lá? Exatamente. Como vocês sabem a maconha é legal na Holanda. Tá bom, tá bom, ela é legal no Brasil também. O que acontece é que esses coffeeshops são lugares destinados ao consumo de maconha e derivados, ou seja, skunk, haxixe, bolos espaciais, chá de maconha e mais alguma outra coisa que possa existir. Eles também vendem cogumelos, sucos, cafés, comida e etc. Porém quem estava esperando ler cerveja e/ou prostitutas continuará esperando. Os coffeeshops são lugares de respeito. Onde vende-se maconha é proibida a venda de álcool e onde não tem álcool não há razão de ter prostitutas o que explica sua ausência. Nem tudo é perfeito. Porém muitos coffeeshops habilmente tem um pub bem ao lado. Apesar de ser incoveniente ter que mudar de lugar, é uma opção. Esqueci de dizer que nos coffeeshops também é proibido consumir tabaco. De ambas espécies... O que na minha opinião é uma grande medida. São lugares bem confortáveis, com uma iluminação agradável e não muito grandes. O preço da maconha e do skunk era na média de 12 euros a grama ou 36 reais na atual taxa de câmbio, mas como diz o ditado: Quem converte, não se diverte.

RED LIGHT DISTRICT

Apesar do Dekas acabar nos levando sempre a alguma rua com uma bandeira gay pendurada conseguimos chegar ao Red Light District. Ele falava: "Eu sei o caminho." E volta e meia estávamos na rua da boate chamada Cockring (COCK RING!!!) com uma bandeira gay pendurada na frente. Essa era a rua preferida dele e que eu carinhosamente em sua homenagem apelidei de Red Light Dick Street. Havia também um restaurante chamado Gaúchos, que apesar de eu não ter nada contra gaúchos seria ótimo pendurar uma bandeira gay lá pela madrugada. Enfim, o Red Light District é uma região de Amsterdam onde a prostituição rola solta. Creio ter esse nome pois as prostitutas exibem-se em vitrines circundadas de neons vermelhos. São diversas ruas, algumas largas e outras estreitas e cheias neons vermelhos. Dekas ingênuo achou que era decoração de natal. Durante a noite é alto nível. Elas cobram 50 euros e são belíssimas. Vestidas em trajes ousados, sempre a sorrir e chamar-lhe com o dedinho. Me apaixonei 20 vezes em meia hora. Já durante o dia é um pouco diferente. O nível é muito mais baixo. Poderia-se dizer que as mulheres sairam de uma gruta. Algumas pessoas entendem o que estou falando. De idosas a mamutes. Dizem que são para os fetichosos, mas meu fetiche é mulher bonita. Nas quebradas do Red Light era comum ser abordado pelo mercado informal. Caras que passavam rápido por você ou aguardando nas esquinas e que diziam: "What you want man? Cocaine, ecstasy?" Uma hora me perdi do Dekas, quando o achei novamente ele conversava com um desses mercadores e eu pude ouvir o Dekas falando: "Hey fella, do you sell dildos?" Pelo bem de nossa amizade fingi não ter ouvido. Fomos então para casa de saco inchado nos preparar para o dia seguinte.

CANNABIS CUP

Era segunda-feira e resolvemos ir a um evento chamado Cannabis Cup, que por incrível coincidência estava acontecendo na data da nossa viagem. O evento não era no centro da cidade e teríamos então que tomar um metrô. Contrastando com o dia anterior que nevou, neste dia estava um incrível sol. Brilhante, iluminando os prédios antigos e coloridos daquela cidade cabulosa. Dekas, dessa vez tão brilhante como Maomé, guiou-nos até a estação enquanto aproveitávamos o Manah que caira dos céus. Quando alguém criticou o Dekas por algum motivo qualquer, o mano Bahia saiu em sua defesa pronunciando um comentário digno de si mesmo atestando a qualidade do nosso colega: "Que é isso. Não. Muleque é mó firmeza. Levou a gente pra tudo que é lugar. Muleque é fera". Chegamos à Cannabis Cup. Esperávamos uma grande festa e um evento maior do que na realidade era. Pelo nome aguardávamos competições engraçadas, mulherada e uma rapaziada muito louca. Mas era um local fechado, com um palco ocorrendo um show de reggae e vários stands de produtos relacionados à maconha. Não foi ruim, mas fomos embora do evento um pouco desapontados pois esperávamos mais.

REFLEXÕES E O RETORNO

Embora tenhamos feito mais coisas encerrarei meu relato aqui com alguns comentários sobre a cidade. Amsterdam é uma cidade sem igual. Há coisas lá que você não encontra em nenhum outro lugar. Ao menos não juntas. A cidade tem um clima muito liberal e muito marketing em cima disso, além de ser uma cidade muito bonita e rica em história. Apesar da cidade ser muito liberal de maneira alguma ela é uma zona. Tudo funciona perfeitamente devido à regras bem aplicadas. Algumas acertadamente aplicadas e outras aplicadas erroneamente, exageradas e provavelmente decorrentes da pressão constante de países como Estados Unidos e Suécia. Na minha opinião a cidade (na verdade o país) poderia ir ainda mais longe, mas suas leis já são perfeitamente coerentes se consideradas com o resto do mundo. Eles parecem ter se dado conta da contradição estarrecedora de uma sociedade que está afundada em anti-depressivos, abarratoda de todos os tipos de pílulas para inúmeras razões e alimentos saturados de aditivos químicos ao mesmo tempo que o mesmo tipo de matéria, quando utilizada para fins recreativos é extremamente mal vista. Eles também dignificam suas prostitutas registrando sua profissão e reconhecendo o direito de cada um de fazer o que quiser com sua vida, além de tratar o sexo como algo perfeitamente normal, coisa que sempre foi. Ao voltar, no trem, três dias depois partir, lembrei-me da minha bicicleta. Desci do trem já conformado em ter que explicar para empresa que haviam roubado a bicicleta deles, quando avisto ela exatamente do jeito que deixei. Deutschland ist auch sehr toll!

Até a próxima,

Max

domingo, 23 de novembro de 2008

Arriba

Olá!

Mais uma série de notícias e/ou reflexoes sem-sentido.

Aqui anda tudo bem. Melhorando a cada dia. Está ficando frio mas ainda nem tanto. A temperatura gira em torno dos 10 graus. Mas disseram que em alguma semanas pode chegar a -10 até a -20 graus. Sabem o que isso significa? Que pra você beber na rua, você precisa agasalhar sua cerveja! ISSO É TAOOOO LEGAL.
É claro que você também precisa ter cuidado para nao tirar a água do joelho na rua. Acho que por medida de seguranca que eles proibiram isso nos países frios, aí o Brasil só copiou...

Digamos que a minha trégua com a vida boêmia tenha se encerrado. Neste fim de semana ocorreu um evento aqui, o maior evento da cidade inclusive. Uma espécie de festa municipal. Veio um monte de gente de fora, as ruas ficaram cheias, a populacao da cidade provavelmente triplicou. Rolaram umas nights, umas tendas com música eletrônica e etc. Fiz diversos contatos já. A rapaziada do prédio é CB (çangue bom). Como bom brasileiro até uma guerra já meti. Fato que me levou a descobrir que a frase extremamente criativa "Eu tenho namorado" é conhecida aqui também. Além disso enriqueci minha vida e minha cultura ao entrar em contato com um nível ainda mais pedreiro de bebida, que até entao eu desconhecia, ao provar uma cachaça colombiana que vinha em embalagem longa vida, tipo a de leite. Bizarro... Aliás tudo aqui é demasiadamente internacional. Eis o que me ocorreu ontem (damas, perdoem-me pela linguagem):
Eu estava a dançar um ritmo caribenho, bebendo uma legítima tequila mexicana e aos beijos com uma italiana. Fomos então para o quarto e com meu Peru de africano fiz uma espanhola naquelas tetas de vaca holandesa. Depois com utilizando o jeitinho brasileiro esperei ela dormir e sai à francesa.

É fato que a versão dela difere um pouco. Ouvi ela falar às amigas o seguinte:- Ih, ontem bebi um uísque paraguaio e fiquei pra lá de Bagdá. Sei que quando acordei aquele argentino filho da puta com pinto de japonês já tinha ido embora!
(Nao levem isso a sério haha)

Quinta-feira fui ao tal show de roque. Foi deveras bacana. Deveria ter vendido minha alma para satanás há muito mais tempo. Como vocês podem ver no meu orkut tirei uma foto com o vocalista de uma das bandas (Amon Amarth). Como eu fiz isso? Usando minhas técnicas de camuflagem e pulagem de muro. "Sneaky, sneaky sir!". Inclusive conversei um pouco com o cara e ele não é totalmente o Troll que aparenta ser pelas letras das músicas. Aliás fiquei com medo que ele tirasse um machado Viking e cortasse minha cabeça, mas ele aceitou gentilmente tirar a foto comigo. O cara disse para eu não contar à ninguém (provavelmente sabendo que isso nao adiantaria nada) que talvez eles tocarão aqui no Brasil ano que vem, se é que alguém se importa. Aparentemente ninguém sabia quem eu era, deviam achar que eu era da organização ou algo assim. Depois entrei numa salinha que os caras estava reunidos e tomando umas biras. Devia ter mais gente da banda mas só reconheci o vocalista.
Um cara ficou surpreso quando eu disse que era apenas um fã. Não sei se surpreso por estar lá ou por nao estar adequamente caracterizado como um. Aliás eu fui ao show com a camiseta do Grêmio e todo mundo ficava olhando pra ver que porra de camiseta era aquela hahah. Depois eu tirei ela com medo de apanhar. Fiz uns vídeos do show, coisa que provavelmente nao interessa a ninguém por causa das músicas, mas eles estao no meu youtube: http://www.youtube.com/user/MaXHFra.
Em todo caso tem outros vídeos lá, nao deixem de conferir o vídeo "Eu vou destruíííí´".

Em um dos primeiros emails eu brinquei falando que eu tinha contado que morávamos com macacos e etc. Porém algo semelhante me ocorreu no último fim de semana. Eu conversava com um alemão e lhe falei que eu era brasileiro. Ele, em um momento de extrema sabedoria, imediatamente respondeu: "But you're not brown!". “Puta que pariu!”, eu pensei, “até aqui o cara é recriminado por ser branco demais!” Ele nao conseguindo acreditar que eu era brasileiro e nao era “marrom”, prosseguiu fazendo perguntas como sobre quanto tempo eu havia vivido no Brasil e etc. Ele disse que pensava que aqui todos eram marrons hahaha. Depois soltou outra peróla, ao perguntar se tínhamos cerveja no Brasil. Mas creio que esse imbecil seja apenas uma excecao. Se bem que minha professora de alemao nao difere muito, ela pensava que a capital do brasil era (nao se indginem) Buenos Aires! E é só falar algo sobre Colômbia, Bolívia e etc, que ela imediatamente faz piadas sobre o tráfico de drogas.

Bom, é isso... até a próxima.

PS: posso ter pinto pequeno, mas me chamam de boludo!

Com amor,
Pablo

sábado, 22 de novembro de 2008

Bem vindos a mais um capítulo de 'As aventuras de Maximillian'

Bom, finalmente me mudei daquele museu e já me encontro desfrutando das maravilhas de uma geladeira própria. E depois um bom tempo volto a ouvir sons de salto alto e vozes agudas, mesmo que sem entendê-las. Meu apartamento é de boa, moro sozinho, e dá pra fazer uma farra boa nele. A rapaziada do prédio que nao sei como é, pois nao falei com ninguém por enquanto.

A vida anda solitária mas também produtiva. Nunca tive tantas idéias boas e mirabolantes. O que me leva a citar Schopenhauer: “Malditos sejam aqueles que me tiram a solidao sem me oferecer a verdadeira companhia”. Morar sozinho é legal, mas citando agora Mamonas Assassinas, é uma faca de dois legumes. E como diriam os caras do Hermes e Renato, continuando a citar grandes pensadores, eu nao passara de um menino juvenil, criado a ovoltmatino e leite com pêra.

Digo isso pois algumas mordomias já eram. Ir ao supermercado, por exemplo, é sempre uma tarefa divertida e desafiante. Primeiro porque é um ótimo lugar para paquerar. Lhe dizem: 'Pois olhe, que belezura de tomate!' ao que você avidamente responde à bela loira: 'Mas nao tao belo como você.'
Depois porque você comeca a criar estratégias para ir ao supermercado. A primeira coisa a se fazer é ter certeza que o corredor de bebida será o último. Outra estratégia, mais clássica, é sempre comprar o produto mais barato. E é impressionante a variacao da qualidade em alguns produtos que nao teriam a mínima razao pra isso. Você experimenta o produto e faz uma cara feia. BLERGH! Aí você olha pra ver se comprou a coisa certa, olha no dicionário para ver se o nome confere, olha a validade e finalmente conclui que... o produto é uma merda. O leite por exemplo, depois de horas de reflexao, análise dos ingredientes, producao, e etc, só pude concluir que a diferenca entre o leite bom e o leite ruim está nas vacas! Outras horas de reflexao me levaram a perceber que as embalagens medíocres de produtos baratos sao na verdade uma estratégia, pois parece que qualquer um poderia fazer uma embalagem melhor. Mas o negócio de tao feio é visto de longe e você pensa: 'Caralho, que coisa bizarra, isso tem que ser barato!'. Aí vai lá e compra.

Ainda nao viajei pra nenhum lugar bacana, fim de semana passado dei umas bandas numas cidades maiores por aqui, mas nada demais. Aliás pra quem conhece o Dekas que fique registrado que ele é um filho da puta. Tamo combinando de se encontrar há uma cara, provavelmente em Amsterdam, a capital mundial da biclicleta, mas o viado nao deu mais as caras, nao atende o celular, acho que morreu. Semana que vem vou para um show bacana de 4 bandas de rock (rock é maneira de dizer), que para vocês nao teria a mínima graca, mas para mim vai ser irado. É como se juntassem a Sandy, o Júnior, o Renato Aragao e o Tony Ramos em um só lugar! Pera aí, isso já foi feito... entao vocês podem entender o quao magnífico é.

E tomem cuidado pois nem todo fim de semana é Helloween. Doces e travessuras...
Foda que o dom euda nao se sagrou campeao, fato que se deveu à minha ausência, nao em campo, mas nas noites anteriores consumindo a bebida e reduzindo a ressaca do grupo. Mas ano que vem é nóis.

Quanto à minha nova foto no orkut, é porque eu aderi a máfia aqui e agora me chamo Giuseppe. Por enquanto ainda estou nos trabalhos leves como extorquir velhos e mendigos e entregar orelhas e dedos às famílias das vítimas de sequestro. Mas se tudo der certo em alguns meses passo pro setor de torturas.

Abracos,
Giuseppe, o parvo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Na Bad Sassendorf

E aí rapaziada, mais algumas notícias, agora menos frequentes ja que o acesso a internet tá complicado. Cheguei a cidade nova, porém nao estou morando na cidade nova ainda. Estou em um hotel que fica numa cidade ao lado da cidade que eu trabalho.

Só que essa cidade é tipo um vilarejo onde os velhos vao pra morrer. É tipo quando o cara assiste discovery channel e vê que os leoes mais velhos se afastam do bando pra morrerem sozinhos. A diferenca é que aqui eles vivem todos juntos. Sem brincadeira, a idade média aqui (poderia ser a idade das trevas mas me refiro à média das idades) é de uns 65 anos. Aliás, aqui nao, lá. Tive que vir até a outra cidade para acessar a internet porque lá nao tem nenhuma lan house. O foda é que vou ficar nesse hotel até 10 de Novembro. O meu quarto nao tem geladeira, entao nao posso nem botar um cervejinha pra gelar.

Parece que estou em uma clínica de reabilitacao. Paz e relaxamento, até demais. Me disseram que essa cidade é tipo um lugar que os idosos vao para relaxar. Relaxar de quê?, eu me pergunto. Acho que vou organizar umas excursoes de stress, do tipo passar 3 horas no trânsito e aí depois eles podem voltar pra casa e ter algum motivo pra relaxar.

Fui dar uma banda na cidade pra ver se tinha algo legal pra fazer e achei um parque. Na entrada tinha uma placa tipo aquelas de rodovia onde estava escrito: ''65 DIAS SEM INFARTE*'' aí embaixo em uma letra bem miúda estava escrito: *Fulminante

Outra coisa curiosa era o desfile de aparatos de locomocao. Tinha a sempre clássica bengala, dando um visual elegante e neo-clássico. Havia também as populares muletas que queriam dizer: ''Olhem para mim, acabei de sair do hospital''. Um prato cheio para iniciar uma conversa que acabará em hemorróidas. Outro meio que chamou a atencao foi uma espécie de vareta dupla, parecida com aquelas usadas para esquiar, com cores brilhantes e feitas talvez de titânio. Artigo locomotivo mais juvenil, permitido apenas para idades inferiores à 70 anos. É claro que a paixao dos alemaes por carros nao poderia passar em branco. As cadeiras de roda estavam obviamente presentes. Três e quatro rodas, motorizadas ou nao, tunadas ou simples, da BMW ou Caloi elas estavam lá as centenas. Para completar haviam umas macas com rodinhas que ao ver tive que conter a vontade de falar: Bota logo rodinhas no caixao!

Andando um pouco mais pelo parque avistei uma ultra pequena versao de 3a, 4a e 5a idade da Oktoberfest. Devem ter vendido o recorde de uns 45 chopps, 70 salsichoes (triturados no liquificador e servidos em formade sopa é claro). Há tanto idoso nessa mini-cidade que ao entrar no ônibus tinha um aviso: Esse acento está reservado para gestantes, deficientes e adolescentes.
O nome da cidade é Bad Sassendorf e como podem notar a bad está até no nome. Porém se eu nao me matar até dia 10 de novembro vou me mudar novamente. Aí para sim para uma moradia estudantil onde o ar cheira a cerveja e as calcinhas sao pequenas.

A empresa é legal, tem um ambiente bacana, parece realmente uma empresa de engenharia e que lá eles desenvolvem tecnologia. Meio diferente da mamata que eu me encontrava hahaha. Mas tempo para estudar nao vai faltar, pelo menos até eu me mudar. Imaginem a nóia. TV em alemao, sem internet e sem pessoas. Nunca fiz tanto apoio e li tanto como nesses dias. Espero na próxima mandar notícias mais animadoras. To planejando umas trips aí, mas só pro fim do mês... entao até lá nao terei nada útil para falar.

E mandem notícias porra. Só sabem falar que tá tudo igual... hahahah
Até a próxima,
Herr Franke

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

E aí terceiro mundo,(hahahah brincadeira) aqui continua tudo bem.

Ontem mesmo conversei com um grupo de alemaos. Contei sobre o nosso dia-a-dia no Brasil. Contei sobre uma vez quando eu estava a sair com meu chimpanzé de estimacao, o pequeno Ronaldo ('Der kleine Ronaldo, arme Ronaldo', habe ich gesagt). Disse-lhes que ia à casa do curandeiro local e ao pegar a jangada para atravessar o rio, uma grande cobra, conhecida como anaconda, avancara sobre o meu macaco engolindo-o quase que de uma só vez. Disse-lhes também que acabei caindo na água, mas consegui fugir das piranhas a tempo. Eles ficaram bem impressionados.

Depois disso falamos sobre personalidades brasileiras. Eles citaram nomes como Ayrton Senna, Oscar Niemayer, Cesar Lattes, Machado de Assis entre outros. Falei que estes estavam todos mortos e disse-lhes as verdadeiras personalidades vivas, ou seja, Fausto Silva, Paulo Maluf, Paulo Coelho, Marcia Goldschmidt e principalmente o Jacinto, cujo sobrenome voces já conhecem...

Como perceberam eu tenho uma certa fixacao com o Ronaldo. Eu acho que deveria haver um projeto de lei para mudar o nome da moeda brasileira para Ronaldo. Imagine: 'Camisetas a partir de 19 Ronaldos'. Nao há como negar a semelhanca entre o Ronaldo e o dinheiro brasileiro. Ambos andam desvalorizados, nao têm rendido nada, quando precisa-se deles eles somem, mas quando aparecem é um fenômeno. Se a idéia nao colar, podiam pelo menos fazer uma nota de 3 reais com a cara do Ronaldo ao invés de um animal. Seria o famoso 3 paus, e vocês sabem o porquê...

Me empolguei nas besteiras, deixa eu falar algo sério e importante: Mulheres

Pelo o que eu ouvi dizer, as alemas sao difíceis. Entao o negócio é partir para as estrangeiras. Russas, romenas, búlgaras e etc. Quem já viu ginástica olímpica sabe do que eu estou falando... Tem umas alemas bonitas, mas elas nao se vestem muito bacanamente nao. E algumas têm uns cortes de cabelo sooooooo fashion! Uns cabelos bizonhos na verdade, mas nao sao todas. Pra quem valoriza o rosto aqui tá de boa. Tem bastante chinesa aqui também, por causa da universidade.

Porém nao vou ficar mais aqui mesmo, visto que meu estágio deu certo e to mudando de cidade quarta-feira! Issaaaa! Lá nao sei qual vai ser o esquema. Aqui tinha uns brasileiros pra fazer uma farra. Nessa outra cidade nem sei ainda, mas pelo menos fica perto de umas cidades grandes e eu vou estar ganhando dinheiro. Eu só espero que nao comam meu cu no estágio, tomara que seja bem de boa hahaha

O tempo aqui tá meio frio. Essa semana inteira ta uma chuvinha desgracada. Dizem que no inverno (verao aí, piora bastante haha). Neve e os caralho. Ainda nao enchi a cara decentemente aqui, mas acho que hoje, ou entao fim de semana vai rolar uns geladais bons. Principalmente porque os caras novos aqui, inclusive eu, vao ter que pagar um engradado. Nem saindo do Brasil eu me livro dessa história de ter que pagar engradado. Isso é mundial pelo jeito.

A rapaziada aqui tava combinando de no fim de semana que vem fazer um bate-volta na Oktoberfest em Munique. Pena que nao vou estar mais aqui. Mas a Oktober aqui eh bem diferente. O cara tem que entrar umas 9 da manha pra pegar lugar pra sentar. Fica todo mundo na mesa sentado e bebendo. E parece que nao vendem gelada pra quem está em pé. E a caneca de um litro custa a bagatela de 8 euros. Só que mesmo assim dizem que é irado. Se eu for, irei com a minha camiseta da Brahma da Oktober aí do Brasil hahaha. Brahma: a número 1 que dá vontade de fazer número 2.

Vou tentar fazer uma farra com o Dekas no aniversário dele, se der. Se pá um rolé em Amsterdam. Escrevi pra caralho já. Proximo email vai soh pra quem demonstrar algum interesse nas novidades haha
Quem quiser ouvir o delicioso som da minha voz (sic), adicione-me no Skype: maxhfra
Mesmo nao tendo como usar ele ainda. E comprei um celular também, com este belo numero: +49 0176-27686371


Abracos,
Max

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Primeiro Contato

E ae rapaziada, aqui ta muito irado. Ontem sai com a camiseta do Brasil na rua e mais de 20 pessoas vieram falar comigo, eu soh falava: Ronaldinho, Rio de Janeiro, Fernando Collor...
Os homens aplaudiam e as mulheres comecavam a se despir. Coisa louca! hahahaha brincadeira

To mandando esse email mais pra dizer que to vivo, visto que nao tenho muita noticia ainda. (esse teclado eh uma desgraca, desculpem a falta de pontuacao).

Estou temporariamente na casa de dois brasileiros, porem sozinho ja que ambos estao viajando. Eh sossegado aqui o ape, caso eu fique aqui (nao faco ideia aonde vou ficar) vai ser de boa. O campus aqui parece ser legal, ateh aonde eu vi. Predios novos, ruas limpas. Alias eu mal sai de casa ainda, fui ate dois mercados e soh. Bem banga tentei sair perla entrada (tem entrada e saida), e apos comprar fiquei esperando pela sacola plastica que nao veio nunca. Tive que levar as compras na mao hahahahaha. Creio que tenha que levar sacola de casa. Uma coisa bizarra eh que ainda nao vi cerveja gelada nos supermercados. Eu acho que se a rapaziada morasse aqui, a expectativa de vida seria uns 23 anos. Fui ao mercado, e pasmem, engradado de 20 garrafas de meio litro de cerveja pela bagatela de 4,99 €!!! Duas marcas eram esse preco e outra que estou bebendo nesse momento era 10,80 € (que por sinal eh boa pra caralho). Nao sei se sao muito diferentes, mas a gente bebe ateh Glacial ai, nao ia ter muito problema. O alemao ta mais travado que nunca, soh falo no maximo um hallo e um tchüss. A cidade nao sei se eh legal ou nao, mas eh pequena.

E ta uma friaquinha la fora. No pc aqui diz 11 graus, mas parece menos. Soh que dentro de casa eh mais confortavel. Na viagem de trem nao deu pra ver muita coisa, foi tipo viajar de carro no Brasil. Mato de um lado e de outro, volta e meia umas casa a beira de estrada, obviamente com arvores diferentes e arquitetura diferente, mas nada expressivo. Ontem tava ensolarado e hoje esta nublado, mas nada de uma atmosfera cinzenta como eu tinha em minha imaginacao. Acho que os dois caras que moram aqui sao pagadeiros... pelo menos tem uns pandeiros aqui hahaha Acho que pra praticar meu gosto esquizofrenico de musica soh com fone de ouvido.
Por enquanto eh isso. Quando eu tiver mais noticias eu mando. Se alguem nao quiser receber avise.

Mit freundlich grüßen,
Macao